Honorários na psicologia: você cobra pelo que vale? | Blog
Honorários na psicologia: você cobra pelo que vale?

Honorários na psicologia: você cobra pelo que vale?

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Cobrar honorários na psicologia é um desafio comum para muitos profissionais, que muitas vezes se veem divididos entre o valor real do próprio trabalho e o que acreditam que o paciente pode pagar. Refletir sobre a precificação justa é fundamental para evitar a desvalorização da profissão e garantir uma prática clínica sustentável, respeitando tanto a saúde financeira do psicólogo quanto a importância do atendimento terapêutico.

Resumo: Falar sobre dinheiro ainda é tabu para muitos psicólogos, mas refletir sobre o valor do próprio trabalho é essencial para uma prática clínica saudável e sustentável.

Cobrar honorários na psicologia sempre foi uma das questões mais delicadas na trajetória de quem atua na psicologia clínica. Por mais que o profissional estude, faça especializações e invista em aprimoramento, o momento de definir o valor da sessão quase sempre vem acompanhado de uma pontinha de dúvida – ou até de culpa. Será que está sendo justo? Será que está se valorizando ou apenas tentando encaixar o preço na realidade financeira do paciente? Essas perguntas são mais comuns do que se imagina e, na verdade, revelam um dilema que atravessa a vida de muitos profissionais da área.

Existem casos em que profissionais se sentem inseguros ao dizer o valor da consulta, quase pedindo desculpas por cobrar. E não é raro encontrar quem ajuste o valor com base na “cara” do paciente ou no que acha que ele pode pagar. É claro que a empatia faz parte da profissão, mas será que estamos confundindo empatia com autossabotagem? Quando se deixa de cobrar o justo, além de prejudicar a própria saúde financeira, colabora-se para a desvalorização da profissão como um todo. Pior ainda: transmite-se uma mensagem errada sobre o próprio valor do trabalho terapêutico.

O curioso é perceber que essa insegurança sobre honorários muitas vezes não tem a ver apenas com a situação do paciente, mas com crenças antigas do próprio psicólogo. Frases como “quem trabalha com saúde mental não pode pensar em dinheiro” ou “ajudar é mais importante do que lucrar” ecoam silenciosamente nos bastidores de muitas clínicas. Só que a verdade é outra: todo profissional precisa ser remunerado, e a qualidade do trabalho depende também de condições dignas para o próprio terapeuta.

Notícias recentes mostram como a precarização do trabalho de psicólogos se acentuou, principalmente depois da pandemia. Com o aumento da oferta de atendimentos online e o surgimento de plataformas que “padronizam” preços muito baixos, fica ainda mais fácil cair na armadilha de baixar os valores para não perder pacientes. Mas, sinceramente, será que vale a pena? Será que a longo prazo isso não gera um ciclo de frustração, esgotamento e até abandono da profissão?

Já ouvi de uma psicóloga experiente: “O paciente que valoriza o seu trabalho não foge do valor da sessão. Ele pode negociar, pode precisar de um ajuste temporário, mas o respeito está em reconhecer que aquilo tem um preço, porque tem um valor.”

Colocar um preço digno na sessão é um gesto de autocuidado e também de honestidade com o paciente. O contrário, muitas vezes, é um convite para relações terapêuticas frágeis, marcadas pela culpa ou por sentimentos de dívida.

Não é simples encontrar o “preço certo”. Cada região, público e linha de atuação tem suas especificidades. O importante é que a escolha não seja movida apenas pelo medo de perder pacientes ou pelo receio de parecer mercenário. Aliás, quando o próprio psicólogo confia no valor do seu serviço, essa segurança transparece para o outro lado da mesa. E nada é mais inspirador para o paciente do que ser atendido por alguém que se respeita.

Se você já se pegou nessa dúvida sobre honorários, talvez seja hora de repensar: está cobrando pelo seu valor real, pela sua entrega, ou apenas pelo que imagina que o paciente aceita pagar? A resposta sincera pode ser um divisor de águas na sua trajetória clínica.

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