A empatia é um dos pilares do trabalho clínico em psicologia. É por meio dela que o terapeuta consegue acolher, compreender e oferecer ao paciente um espaço seguro de escuta e elaboração. No entanto, o excesso dessa mesma empatia pode se tornar um terreno escorregadio, onde os limites entre escutar e absorver começam a se confundir perigosamente.
É comum ouvir relatos de profissionais que saem de uma sessão emocionalmente exaustos, que levam para casa as histórias dos pacientes ou que se veem afetados em seu próprio humor após um dia intenso de atendimentos. Nessas situações, a empatia deixa de ser uma ferramenta e passa a funcionar quase como uma esponja psíquica. A capacidade de se colocar no lugar do outro se transforma numa sobrecarga silenciosa.
O dilema está em saber até onde ir. Afinal, distanciamento excessivo compromete o vínculo, enquanto envolvimento demais compromete o próprio terapeuta. Existe um ponto de equilíbrio? E, mais importante, como reconhecê-lo?
Entre as diversas abordagens da psicologia, há entendimentos distintos sobre o papel da empatia. Enquanto algumas defendem a neutralidade afetiva como norte, outras valorizam a presença emocional do terapeuta. Mas independentemente da escola teórica, há um consenso: o envolvimento não pode ultrapassar o limite que preserve a saúde emocional do profissional.
A autoregulação emocional do terapeuta se torna, então, uma competência essencial. Identificar sinais de esgotamento, como irritabilidade, insônia, dificuldade de concentração ou perda de prazer, é tão importante quanto reconhecer transferências e contratransferências durante a sessão. É preciso, sim, estar emocionalmente disponível — mas também saber se recolher quando necessário.
Além disso, o psicólogo não é um salvador. Seu papel não é “resolver” a dor do outro, mas facilitar que o paciente encontre suas próprias formas de lidar com ela. A empatia verdadeira não anula a autonomia do outro, e tampouco deve gerar um sentimento de responsabilidade pelo sofrimento alheio.
Buscar supervisão e fazer terapia pessoal são estratégias fundamentais para manter a clareza emocional na prática clínica. Ter um espaço para elaborar o impacto dos atendimentos ajuda a evitar que o envolvimento emocional se torne um fardo silencioso.
O dilema da empatia é, no fundo, o desafio constante de manter-se humano e ao mesmo tempo profissional. Saber escutar com o coração sem se perder na dor do outro. Porque, no final das contas, é essa escuta sensível, mas consciente, que sustenta a potência transformadora da terapia.
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